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O que é a cultura de massa?
Introdução. Cultura de Massa é o termo empregado para designar o processo de produção de livros, cinema, teatro, música ou qualquer outra manifestação artística pela indústria de entretenimento ou indústria cultural, com a finalidade de satisfazer as demandas capitalistas pela arte e cultura.
O que é cultura de massa de exemplo?
Cultura de massa e consumo – A cultura de massa está estreitamente ligada ao consumo, As propagandas que são veiculadas na televisão e na internet têm o propósito de levar o espectador a consumir os produtos propagados. Não obstante, às propagandas também são veiculados ideais de vida.
- Do mesmo modo que as propagandas passam tais ideais, a cultura de massa também é utilizada com tal objetivo.
- Filmes, novelas, músicas, séries e estampas comerciais são exemplos desse tipo de cultura.
- A indústria de bens de consumo aliou-se à indústria cultural para propagar os seus ideais.
- Nesse sentido, a indústria cultural virou uma maneira vender os produtos do mercado, além de propagar os ideais de vida burgueses do capitalismo.
Nesse sentido, a cultura de massa é uma espécie de propaganda daquilo que é vendido como padrão de vida, além de ser uma espécie de produto autônomo, que sustenta a lógica do consumo capitalista. Não pare agora. Tem mais depois da publicidade 😉
Qual é o principal objetivo da cultura de massa?
A Cultura de Massa (ou ‘cultura pop’) é o produto realizado pela Indústria Cultural. Tem o intuito de atingir a massa social, considerando ‘massa’ em seu sentido de coesão e opacidade. Portanto, cultura de massas é o meio e o fim pelo qual se submetem as mais variadas expressões culturais a um ideal comum e homogêneo.
Qual é a origem da cultura de massa?
A Cultura de Massa surge com a ascensão do capitalismo moderno. Assim como a produção de bens de consumo começou a se dar em larga escala, a cultural também passou por este mesmo processo. Diversos pensadores analisaram as implicações deste fenômeno na sociedade.
O que é ideologia das massas?
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Cultura de massa (também chamada de cultura pop ) refere-se ao conjunto de ideologias, perspectivas, atitudes, imagens e outros elementos que são adotados por um consenso informal, tendo como referência uma dada visão de mundo, especialmente a ocidental, a partir da segunda metade do século XX,
Fortemente influenciada pela mídia de massa, essa colecção de ideias permeia o cotidiano da sociedade, Em contraste, o folclore se refere a um cenário cultural de sociedade mais locais ou pré-industriais. A cultura popular é frequentemente vista como trivial e simplificada para que se possa encontrar uma aceitação consensual através do contexto maior.
Como resultado, ela tem forte criticismo de várias subculturas (mais notavelmente grupos religiosos e contra-culturais ) que acreditam-na superficial, consumista, sensacionalista, e corrupta, O termo “cultura popular” surgiu no século XIX, em uso original para se referir à educação e cultura das classes mais baixas.
O termo começou a assumir o significado de uma cultura de classes mais baixas, separado e se opondo à “verdadeira educação” próximo do final do século, um uso que se tornou estabelecido no período de entre guerras. O significado corrente do termo, cultura para consumo da massa, originou-se especialmente nos Estados Unidos, estabelecendo-se ao final da Segunda Guerra Mundial.
A forma abreviada em inglês pop culture data da década de 1900.
Qual é a diferença entre cultura e cultura de massa?
A cultura popular está no conhecimento de todos, seja em um fretado para empresas ou no restaurante mais caro do país. Diferentemente da cultura de massa, que é praticamente imposta, ela transcende as diferenças sociais e passa a ser parte da vida das pessoas.
Como é a cultura de massa no Brasil?
Cultura de massa no Brasil por 16/08/2014 00:13 Em entrevista ao Pensar, o professor e ensaísta Rodrigo Duarte analisa a presença da indústria cultural no Brasil e defende o conceito de “construto estético-social”, proposto por ele para atualizar a reflexão adorniana e dar conta das obras que vão além da mera reprodução ideológica, e que aliam ao mesmo tempo criatividade e propósitos de natureza ética e política.
- Para o autor de Varia aesthetica, o hip-hop seria um bom exemplo desse modelo.
- Duarte avalia ainda a presença de novos pensadores no campo da estética, destacando as obras de Vilém Flusser e Arthur Danto.
- Qual é a característica mais marcante do debate sobre indústria cultural no Brasil, tanto na academia como em outros espaços de saber? Há muito tempo procuro mostrar que a discussão sobre indústria cultural não é mais uma moda intelectual europeia e norte-americana, importada para o Brasil.
Nosso país tem uma história de cultura de massas ocorrida no máximo duas décadas depois que essa surgiu nos países ditos desenvolvidos, pois, desde 1930, tivemos rádio comercial e indústria cinematográfica, sendo que o início das transmissões de televisão em 1950 foi pioneiro em relação a muitos países mais industrializados do que o Brasil.
- O que ocorre é que esse desenvolvimento paralelo gerou um modelo de indústria cultural muito específico e que está longe de ser conhecido em todos os seus aspectos.
- Isso por si só já justifica a existência da discussão sobre indústria cultural no Brasil, sendo que há, naturalmente, outras justificativas importantes.
De qualquer modo, esse debate existe no Brasil desde meados da década de 1990, ainda que mais circunscrito aos meios acadêmicos, principalmente nas áreas da filosofia, da educação e das artes. A cultura de massa no Brasil é um campo de grande força social e até mesmo criativa.
- Como você avalia setores como a teledramaturgia e a música popular, inspirados ao mesmo tempo pela arte e pelas estratégias de mercado? Alguns fenômenos da cultura de massa no Brasil constituem a mencionada peculiaridade desse setor em nosso país.
- Mas é preciso fazer certas distinções: enquanto na música popular sempre houve exemplos de grande qualidade criativa, com raízes genuinamente populares, enriquecidas com a vivência dos centros urbanos e com a necessidade de expressão de inconformidade com o status quo, a telenovela, que ganhou o mundo como um produto de exportação da indústria cultural brasileira, no meu entender, nunca atingiu uma qualidade verdadeiramente artística, apresentando construtos estereotipados, com sérios defeitos do ponto de vista da narrativa, ocasionados principalmente pela flutuação na audiência, e não num desenrolar-se tendo em vista a totalidade da obra, como no caso da narrativa literária.
A recuperação do pensamento de Vilém Flusser tem renovado os estudos sobre linguagem e a estética no Brasil. Como Flusser pode nos situar melhor nesse cenário? De fato, a meu ver, Vilém Flusser pode ter um papel importante nesse processo de compreensão critica da cultura de massas no Brasil, já que, pelo menos em algumas de suas obras, ele se mostra um crítico ferrenho desse tipo de cultura.
Por outro lado, tendo residido em nosso país por mais de 30 anos, ele se familiarizou tanto com as mazelas quanto com o enorme potencial criativo da cultura brasileira. Além disso, o seu jeito idiossincrásico de discutir as questões não raro provoca debates acalorados, o que é sempre positivo. A que interesses atendem aqueles que, a cada estação, alardeiam o fim da arte (da história, das ideologias, da política)? É necessário distinguir, também nesses temas “crepusculares”, as propostas sérias que têm conteúdo filosófico daquelas oriundas de pessoas que simplesmente querem aparecer.
Por exemplo, Hegel estava correto ao, partindo de pressupostos implícitos do seu sistema filosófico, anunciar o fim da arte, ressalvando que esse não significava o fim da produção de obras de arte, mas da relevância histórica desse âmbito da cultura.
Quando vemos que, no domínio da indústria cultural, a arte é tratada, habitualmente, como algo já passado e desprovido de significado, podemos pensar que, pelo menos sob certo ponto de vista, Hegel não estava totalmente errado. É interessante ainda observar que esse filosofema de Hegel influenciou as mais diferentes tendências da estética contemporânea, como a ontologia fundamental de Heidegger, a estética crítica de Adorno, ou mesmo uma filosofia da arte de origem analítica como a de Arthur Danto.
Algumas expressões de cultura popular, de certa forma, exigem uma atualização dos conceitos de Adorno. Como você avaliaria, por exemplo, manifestações de grande carga estética e política, como o hip-hop, por exemplo? A existência de fenômenos na cultura popular urbana como o hip-hop, que não se encaixa em qualquer das três figuras com as quais Adorno qualificou as modalidades de cultura – cultura genuinamente popular, mercadoria cultural e arte erudita –, tendo características de todas elas, remete à necessidade de repensar alguns parâmetros da critica “clássica” à indústria cultural.
Mas, longe de invalidar essa crítica como um todo, a presença desses fenômenos deve levar à criação de novos conceitos, como, por exemplo, o que propus, intitulado “construto estético-social”, no qual o elemento radicalmente crítico à sociedade é menos integrado à linguagem estética propriamente dita, mas não deixa de existir.
Essa postura, aliada à opção pela linguagem estética no posicionamento ético-político, torna esses fenômenos muito relevantes em termos de uma perspectiva transformadora da realidade. O hip-hop é um exemplo privilegiado desses “construtos estético-sociais”.
Quais são as consequências da cultura de massa?
Quais as consequências da Cultura de Massa? – Quais as consequências da Cultura de Massa? Uma das consequências da cultura de massa é a homogeneização cultural, que considera estranha qualquer manifestação cultural que não incentive o consumo exacerbado de bens e serviços. Conteúdos veiculados por meios de comunicação em massa também colaboram para a formação de indivíduos incapazes de aprofundar análises sociais ou desenvolver seu pensamento crítico, pois partem de valores pré-concebidos.
- Em outras palavras, a cultura de massa pode levar a um empobrecimento cultural entre as camadas mais numerosas da audiência, que tem pouco acesso a meios alternativos de informação e entretenimento.
- Veja o que dizem pesquisadores especialistas da Universidade Estadual da Paraíba: “Os consumidores assumem uma função passiva, cujo papel resume-se a escolher entre comprar ou não comprar.
Em suma, as carências culturais das massas são exploradas para a obtenção de lucro e, consequentemente, para a manutenção do domínio das classes.” Favorecendo a integração entre classes, a cultura de massa também se prestaria a ocultar as diferenças existentes entre elas, incluindo desigualdades sociais e até injustiças.
Quais são as características da cultura de massa?
Características da cultura de massa A principal característica da cultura de massa é justamente a possibilidade de difusão em larga escala pelos meios de comunicação, algo muito novo quando de seu surgimento, entre os séculos XIX e XX.
Qual é o objetivo de uma cultura?
Qual é o papel da cultura? – A cultura serve como tradição ou herança de um grupo ou de um povo que orienta seu comportamento, suas ações e expectativas na convivência em sociedade, entre si ou com culturas distintas.
A se assenta sobre três pilares: a filosofia grega, o direito romano e a fé católica. Saiba mais sobre essa cultura.
Entende-se, portanto, que a cultura é construída a partir das ações e interações sociais. As pessoas, fazendo parte de uma sociedade, interagem umas com as outras, trocando idéias, conhecimentos, crenças, e de um tal relacionamento deriva a cultura desse povo.
- Juntos, constroem uma história de vida, onde hábitos e costumes, manifestações, expressões e sentimentos se inserem, identificando cada componente dessa sociedade e influenciando o seu modo de viver e de ser.
- Cultura e educação, portanto, são elementos que fundamentam a socialização das pessoas, a formação moral e intelectual do indivíduo.
- O saber, a moral e os comportamentos sociais guardam relação com a cultura: eles se apoiam nela.
- A cultura está relacionada diretamente à geração do conhecimento e ao exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade.
- Assim, a cultura é importante na formação pessoal, moral e intelectual do indivíduo e no desenvolvimento da sua capacidade de relacionar-se com o próximo.
Veja a opinião do filósofo sobre qual o papel da cultura numa sociedade:
“Criar e selecionar valores é a função da cultura, da qual faz parte a filosofia política. A cultura, se não tem iniciativa própria, independente do mercado e do Estado, não é cultura de maneira alguma: é apenas propaganda. Fazer abstração dos princípios e valores, deixando-os por conta do mercado, é o mesmo que entregá-los à mercê do Estado, que não tem a menor dificuldade de tornar-se, quando quer, o maior comprador e vendedor de tudo”.
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O que é música de massa?
Arte – A música e a cultura de massas: como nasce uma música Sertaneja Apresentaremos aqui, uma Atividade voltada para a música Sertaneja “atual”. Esse estilo musical surge no início do Século XX, a princípio era conhecido e reconhecido como a música característica do sertanejo, do caipira, do homem e mulher do campo.As letras abordavam temas relacionados a vida no campo.
Com a passar do tempo, a música sertaneja, sai do “campo” da “zona rural” e vai para as cidades, a “zona urbana”, isso começa a acontecer, já na metade do século XX, e desde então, a música sertaneja vem sofrendo influências severas, até chegar aos dias atuais, onde ela tem recebido o nome de “Sertanejo Universitário”.
Nesta atividade, vamos apresentar as características de produção deste novo “estilo musical”. Vocês conhecerão um pouco sobre a cultura de massas e como ela influência a produção deste estilo musical.
Quais os pilares da cultura de massa?
Cultura de Massa Reconhecemos a cultura como a rede social criada através dos costumes, das tradições e expressões que desenvolve uma particular comunidade, é um sistema de significados, atitudes e valores compartidos, assim como umas formas simbólicas através das quais se expressa e se vive em sociedade.
- O termo massa é utilizado par definir a multidões padronizadas e homogéneas, não possui um grupo específico mas tem o significado na sociedade como um todo global.
- Cultura de massa é toda aquela ideia, perspectiva, atitude, imagem ou outros fenómenos que são preferidos em um consenso comum, contendo o mainstream de uma dada cultura, especialmente a cultura ocidental do começo da metade do século XX e o emergente mainstream global do final do século XX e começo do século XXI.
Manifestações culturais que, pela sua natureza ou forma de produção, podem ser assimiladas por uma grande quantidade de pessoas. A cultura de massa, opõe-se directamente à cultura de elite (que normalmente é destinado a classes privilegiadas). A cultura de massa normalmente é vista como algo trivial, mais simples para alcançar a aceitação consensual da maioria e sustenta-se sobre três pilares chaves: a sociedade de consumo, a cultura comercial e a massificação das comunicações e da publicidade.
- Os termos cultura de massa e os termos: “cultura popular”, “cultura pop” e “indústria cultural”, socialmente e historicamente representam e definem o mesmo ideal.
- A cultura de massa é tudo aquilo que é produzido com objectivo de atingir a massa popular, e que é disseminado pelos veículos de comunicação de massa.
O termo surgiu no século XIX, referindo-se originalmente à educação e cultura das classes mais baixas. O significado corrente do termo, cultura para consumo da massa, surge no final da Segunda Guerra Mundial depois das grandes mudanças e revoluções sociais e tecnológicas, especialmente nos Estados Unidos.
- A cultura de massa foi uma consequência da crescente inovação tecnológica e dos meios de comunicação, é o produto de uma articulação de nível internacional e está directamente ligada ao poder económico do capital industrial e financeiro.
- A popularidade da cultura do consumo () o domínio do valor económico na sociedade, a disseminação do poder de compra entre sectores cada vez mais ‘baixos’ da população, a desregulamentação de todas as restrições tradicionais ao consumo e finalmente, a dimensão crucial da democracia e da igualdade enquanto valores modernos – tudo isso aumento o poder de gostos e desejos não aprovados.
Os que são considerados integrantes da cultura de massa são os mesmos que constituem o público-objectivo.” (Slater, 2001) As inovações tecnológicas e o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa tem origem na ascensão do protestantismo, da democracia e principalmente do Capitalismo, estas transformações também alteraram o mundo da cultura e fizeram com que o vinculo entre arte, cultura e comunicação fosse cada vez mais estreito.
A cultura era consumida pela massa, sob a forma de publicidade, cinema, jornais, rádio, e fórmulas de faz-de-conta, que “oferece satisfação do mais baixo nível, e persuade a escolha dos prazeres mais imediatos, conseguidos com o mínimo de esforço.” ( Leavis e Thompson, 1933, pg.3) A cultura de massa é definida como um produto que visa implementar nos consumidores uma certa maneira de pensar e agir, especialmente através da televisão que a diário transmite uma série de ideias e costumes que, em seguida, a sociedade adopta como sendo sua.
Não foi algo que tenha sido aceite ou adoptado espontaneamente pelas massas, é um produto especialmente concebido e determinado para ser consumido por tantas pessoas quanto possível. Por muito decepcionante que possa parecer, é realmente difícil evitar qualquer influência da cultura de massa, mesmo para aqueles que acreditam que têm as suas próprias ideias e convicções.
Qual a grande questão da cultura de massa?
A produção cultural adequada ao modo de produção capitalista é o fundamento da indústria cultural e da cultura de massa. Assim, o objetivo central não é a qualidade do produto ou o grau de liberdade de criação, mas é voltado para a obtenção de lucro.
O que é a identidade de um povo?
A identidade cultural é um conjunto híbrido e maleável de elementos que formam a cultura identitária de um povo, ou seja, que fazem com que um povo se reconheça enquanto agrupamento cultural que se distingue dos outros. É difícil definir uma identidade cultural específica, pois ela é maleável e depende do momento e das peculiaridades culturais de uma determinada sociedade. As vestimentas, os hábitos e costumes são elementos da identidade cultural. Veja também: Festa junina – uma festa da cultura popular brasileir a
Como é transmitida a cultura de massa?
O que é Cultura de massa? – A cultura de massa é aquela considerada, por uma maioria, sem valor cultural real. Ela é veiculada nos meios de comunicação de massa e é apreciada por ela. É preciso entender que massa não é uma definição de classe social, e sim uma forma de se referir a maioria da população.
Onde a cultura de massa influência?
A influência direta da cultura de massa na vida das pessoas do campo ocorreu pela razão de que atualmente o sujeito do campo tem acesso aos meios de comunicação, e, portanto, mantém contato com a cultura de massa, internalizando os valores difundidos por essa cultura, como o consumismo.
Qual a diferença entre cultura erudita e cultura de massa?
E a cultura de massas? – Diferente das culturas erudita e popular, a cultura de massas não é produzida PELAS pessoas, mas PARA as pessoas. Ou seja, é algo criado pela indústria cultural para ser consumido pelo maior número de pessoas possível e tem um cunho comercial.
O que é a sociedade de massas?
O próprio termo sociedade de massa já faz referência a uma sociedade massificada, isto é, uma sociedade em que os indivíduos agem de forma semelhante com gostos e interesses praticamente padronizados.
O que é cultura de massa e consumo?
Cultura de massa é um termo que designa a produção artística e cultural voltada para o simples entretenimento e a comercialização dos bens culturais reproduzidos em massa.
O que Freud fala sobre as massas?
A psicologia das massas nos discursos da dominação De início me proponho a interrogar uma parte do que Freud tratou em A Psicologia das Massas e Análise do Eu, a Psicologia das Massas. Enquanto fenômeno, as massas contemporâneas se assemelham as do início do século passado? Estruturalmente, as massas contemporâneas correspondem ao que Freud analisa a partir das descrições de Le Bon? Como poderíamos a partir das contribuições teóricas de Lacan, na sua releitura de Freud, repensar uma psicologia das massas? Como a teorização dos Discursos como formas de Laço Social podem lançar alguma luz sobre essa questão? Uma tese central de Freud nesse texto é de que é o amor que faz a ligação nos grupos humanos, tanto dos membros entre si quanto com o líder, assegurando a solidariedade.
Amor alimentado por idealizações que desencadeiam o processo de identificação. Ou seja, um grupo de indivíduos têm em comum o mesmo objeto no lugar de seu ideal de Eu. Freud também disse no texto, relembrando Totem e Tabu, que o que primeiro aparece é o ódio, ódio ao pai que culmina no seu assassinato quando a irmandade reforça seus laços.
Para Freud a massa seria uma revivescência da horda primitiva e o pai primevo um líder narcisista que não amava ninguém, um líder temido e, mesmo assim, ideal da massa. Porge (2009, p.190) lembra que Lacan procurou desfazer essa ligação entre pai da horda e ideal do eu, já que o ideal do eu estaria referido ao traço unário, traço da diferença, enquanto o pai primevo seria aquele Um (uniano) que faz exceção à castração.
Isso implica conceber que a massa tem então, de um lado o caráter de um todo, de algo que funciona como corpo, nesse caso fundada pela exceção do pai e de outro o ideal do eu, da ordem do não todo. Partindo da psicologia das massas de Freud, o que os indivíduos da massa compartilham é a ilusão de serem amados/odiados pelo líder, justamente esse que não ama ninguém.
O pai mítico, como figura de exceção, no caso, ao-menos-um que pode gozar, é substituído com a divinização pelos Deuses, aplacando assim o anseio dos homens por proteção, diante de sua impotência e desamparo. Freud ao fundar um pai na origem, um pai primitivo, a própria figura de um gozo possível, o qual, uma vez morto, subsiste enquanto função simbólica na cultura, o faz numa perspectiva histórica do processo de subjetivação, numa construção a posteriori.
- O pai primitivo que ressurge nos deuses é um pai imaginado que volta a ser invocado sempre que há fracasso dos pais da realidade ou do que mais pode sustentar valores fálicos da cultura.
- Freud toma a religião na referência judaico-cristã em que a lei se introduz em nome da promessa de amor e proteção, mas também sob a ameaça do castigo e da maldição de um Deus Pai criador de tudo.
Os exemplos de massas artificiais buscados por Freud no exército e na igreja dizem de universos com regras estabelecidas com lugar definido para líderes, chefes, guias, figuras de autoridade, o que poderíamos pensar serem mais encarnações de Mestre. Psicologia das massas e análise do Eu (1921) é um texto no qual Freud não põe em causa o amor, como faz na Denegação de 1925, quando fala de Eros como unificante e da negação como possibilidade de separação.
Já tinha trazido a pulsão de morte no Mais além do Princípio do Prazer de 1920, antevendo a noção de gozo que Lacan desenvolve depois, mas ainda não a leva em conta nesse texto. Podemos considerar que em Psicologia das Massas e Análise do Eu, Freud se vira como pode com as ferramentas teóricas forjadas por ele até então para analisar fenômenos sociais de seu tempo.
Como arriscar uma leitura da psicologia das massas a partir das contribuições de Lacan com a teoria dos discursos, mais precisamente dos discursos da dominação? Os discursos do Mestre, do Universitário e do Capitalista, por aquilo que confessam querer dominar, por sua estruturação, podem ser considerados “discursos da dominação”.
- São discursos dominantesou discursos da dominação os discursos em que o comando do significante mestre está do lado do sujeito, seja como agente ou como verdade, e que domina como poder ou como saber.
- A dominação também tem a ver com o lugar que o sujeito ocupa e sua relação com o outro.
- São as diferentes posições desses elementos que podem nos ajudar na consideração dos fenômenos sociais ao longo do tempo.
A referência religiosa foi determinante nos modos de subjetivação até a modernidade, quando a ciência deu ao mestre outro estatuto e a verdade do campo divino é substituída pelo campo humano do saber. Com a ciência moderna inaugurada por Descartes, o Mestre subsiste já não só como figura imaginária, que até poderia coincidir com algum pai ideal, mas enquanto Outro simbólico, como aquele que está morto e corresponde à função do significante.
Podemos fazer uma ficção teórica de que a modernidade com o avanço do pensamento, da filosofia e da ciência produziu o Discurso do Mestre, do Senhor, discurso que se impõe como vontade de domínio, na ilusão de constituir um discurso unificante, totalizante, recalcando a verdade da castração e a inevitável perda resultante da renúncia ao gozo.
Por um bom tempo o laço civilizador chamado Discurso do Mestre, caracterizado pela dominância manifesta do mestre, do significante mestre, de uma palavra que dá o norte e organiza, foi dominante e estruturou o laço social de determinada maneira garantindo, com um conjunto de regras, de alguma forma, a coesão social.
- No entanto, o mesmo laço que ordena é um laço social que no engano da totalidade, em grau extremo, pode permitir o totalitarismo.
- Isso se dá nos momentos em que a sede de um pai primevo reedita imaginarizações e engendra encarnações, donde Hitler, Stalin e tantos outros.
- A ânsia por um pai/mestre que dê respostas, que tenha certezas e indique o caminho é próprio do neurótico.
O problema é quando esse lugar é ocupado por alguém que se confunde com o ideal que representa, que encarna o mestre, como é o caso do paranoico, arrastando consigo massas a compartilhar seus delírios de ciúme e traição e a temer golpes e conspirações.
Mas via de regra, pode-se pensar que no Discurso do Mestre há espaço para o líder, seja ele de qualquer natureza ou valor social.As massas artificiais descritas por Freud parecem ser estruturadas segundo a lógica do Discurso do Mestre, laço que em geral determina as relações sociais e que era o laço social dominante, embora o saber já viesse alternando o protagonismo no lugar de agente.
O próprio Freud, ao mesmo tempo em que produz uma fissura nos ideais de saber totalizante com sua invenção do inconsciente a desvelar um sujeito dividido, também busca reconhecimento na ciência. Mas, uma coisa é o que ia produzindo enquanto instrumental teórico para ler a realidade, outra são os efeitos de sua produção.
Na passagem da modernidade para a pós-modernidade, o Discurso do Mestre começa a dividir a dominância até ceder espaço para o Discurso Universitário, laço social organizado pelo saber, mas desta vez um saber científico subdividido em inúmeras especialidades e pela burocracia. Na leitura política dos discursos feita por Žižek (2005, p.106), ele coloca que o próprio Estado dirigido pelo saber qualificado da burocracia emerge como novo Mestre.
Segundo ele, isso coincide com a passagem do antigo regime pré-revolucionário ao novo mestre pós-revolucionário que não se admite como senhor, mas como “servidor” do povo. A dominância do discurso universitário se acompanha então de uma crise de investidura simbólica e de uma diluição da responsabilidade.
Žižek lembra Nietzsche que trata da passagem da ética do senhor à moralidade do escravo. Escravo é o termo nietzschiano para senhor fingido, numa critica aos novos senhores que não se assumem como tais. No discurso do Mestre há a suposição imaginária do falante ser o que diz, o que o leva a se comprometer no seu ato.
Já no discurso universitário, o falante não assume o que enuncia, não se compromete, enuncia desde uma posição de saber neutro. Então, o mestre pós-moderno se justifica por seu saber, um saber adquirido, semblante do que domina esse discurso e ignora as relações de poder que estão por trás, ou por baixo, S1 no lugar da verdade.
- S1 como supereu de S2 no lugar de agente.
- Enquanto o Discurso do Mestre recalca a divisão do sujeito pela castração, o Discurso do Universitário produz um sujeito castrado ao se dirigir ao outro como objeto.
- A mestria deixa de estar associada ao reconhecimento, à autoridade de quem enuncia, em função do valor de verdade que gera consenso e passa a se dar pela legitimidade dos enunciados sujeitos a critérios de comprovação.
A ciência não mais fundada na vida divina ou no espírito, cada vez mais trata da informação numa concepção operacional e pragmática e gradativamente vai adquirindo valor de troca numa submissão ao Estado e ao Capital. Lacan (1992) no seminário XVII nitidamente situa o discurso universitário como a nova forma de dominação e interpreta naquele momento a revolta da massa de estudantes que faziam a revolução como uma demanda de mestre.
Não é a toa que o movimento de maio de 1968 tenha nascido dentro das universidades. Como pensar a liderança nas massas quando da dominância do discurso universitário? Seria representada numa figura única? Ou seria o que Freud antecipou como um ideal coletivo em vez do líder? Freud já havia antecipado formações coletivas diferentes das analisadas por ele ao falar daquelas em que o chefe é invisível, substituído por uma abstração, uma ideia, transformando-se em ideal do eu.
Acho que não é o caso do discurso universitário, pois o ideal compartilhado de que fala Freud poderia muito bem corresponder ao Discurso do Mestre, quando o Mestre, S1 no lugar do agente, e uma causa, um ideal enquanto impossível, não deixa de ser a verdade da castração.
A posição do mestre/líder no discurso universitário é mascarada, se apresenta disfarçada, mesmo manifestamente há a dispensa dos clássicos atributos de um líder. “Não sou senhor, estou tão somente como representante de tal ou tal causa” ou “estou apenas mostrando-lhes o que será melhor, por tais e tais motivos.” Nesse caso a massa parece ser animada por algo, alguém, indivíduo ou grupo, que se apresenta justificado por um argumento de ordem teórica, ideológica, moral ou religiosa, mas que não reconhece o verdadeiro mestre que lhe dirige, ou seja, as verdadeiras relações de poder por trás ou por baixo.
A posição daquele que fala ou age a partir da posição do agente no discurso universitário não difere muito da posição perversa: não se responsabiliza e, como diz Žižek, assume uma posição não comprometida de observador ou executor de ordens. É a aparência de neutralidade daquele que cumpre ordens.
Não é essa a posição do torturador? Quinet (2006) liga o discurso universitário ao ato perverso na medida em que toma o outro como objeto de gozo. O estudante no lugar do outro a quem o discurso se dirige é tratado como objeto, como aquele que é dominado em nome de um saber e o produto, o resultado, é um sujeito castrado.
Essa produção também corresponde ao sujeito da crença. E realmente temos assistido um incremento até assustador do fenômeno religioso.Se o totalitarismo é o risco de encarnações de mestre quando da dominância do discurso do mestre, ao preponderar o discurso universitário o risco parece ser a emergência dos fundamentalismos, inclusive os religiosos, dos quais decorrem tantas ações terroristas e violências praticadas por grupos.
- Muitos movimentos de massa contemporâneos são movidos por fundamentalismos fanáticos que resultam em violência, nos quais o mal é realizado em nome de uma crença religiosa ou da devoção fanática a certos ideais.
- É o que Žižek(2006) chama de Mal do Supereu na classificação que faz a partir da tríade freudiana.
O tipo mais comum de mal é o Mal do Eu, que é o comportamento motivado pelo cálculo egoísta e pela ambição, numa negação dos princípios éticos universais. No entanto, na análise de certas violências grupais nem sempre se detecta um cálculo egoísta nem uma identificação ideológica ou religiosa precisa.
- O exame mais apurado do que diz um skinhead, exemplifica Žižek, pode indicar que espancar os estrangeiros o faz sentir-se bem, já que a presença dos estrangeiros o perturba.
- Trata-se do Mal do Isso, que resumindo o que ele diz, é o que põe em cena um curto circuito entre o sujeito e o objeto perdido do seu desejo.
“(.) o que nos “incomoda” no “outro” (judeu, japonês, africano, turco.) é o fato de ele parecer manter uma relação privilegiada com o objeto; o outro ou possui o objeto tesouro, porque no-lo roubou (e por isso nós não o temos), ou representa uma ameaça para a nossa posse do objeto (2006, p.199, 200)”.
A outra leitura que podemos fazer a partir de Lacan é de que esse mal que Žižek chama Mal do Isso é a maldade que não reconhecemos em nós e mais facilmente atribuímos ao outro, ao estrangeiro, ao estranho, ao próximo. Se esse outro fosse visto como semelhante, seria possível amá-lo, ainda que fosse um amor narcísico e isto daria um limite ao gozo, pois resistimos a atentar contra a imagem do outro, já que se trata da imagem sobre a qual formamos nosso eu.
Temos que considerar, no entanto, a diferença entre esses movimentos em que a massa parece ser tomada pela pulsão de morte na busca de um gozo sem limites no ataque ao próximo, de movimentos de protesto desencadeados por algum tipo de indignação ou movidos por algum ideal.
- Ainda sob a dominância do Discurso Universitário, Lacan constata o surgimento de algo que não gira redondo, um discurso loucamente astuto, o mais astuto já feito como discurso.
- Por uma pequena inversão no discurso do mestre se produz o que passa a reconhecer como o Discurso do Mestre Moderno, o Discurso do Capitalista.
Seria este um laço social estruturalmente transgressivo? A escrita do Discurso do Capitalista indica uma rejeição da castração, o que podemos conceber como a ilusão do sujeito eclipsado pelo Eu de se desfazer de sua divisão estrutural e de tentar o apagamento de traços identificatórios.
Isso faz, conforme Lacan, com que desreconheça as coisas do amor e seja reduzido a um consumidor de objetos, inclusive dele próprio. Nesse laço social, há uma tentativa de objetivação não só do sujeito, mas também do saber e do próprio objeto a, O saber ou se transforma em mercadoria ou se põe a serviço de sua produção.
O objeto a, recusado enquanto vazio, e desvalorizado o que pode lhe fazer semblante, passa a ser suposto como possível de ser preenchido pelo objeto de consumo. A questão é que o real não se objetiva e insiste. Enfim, essa configuração, em que há recusa do inconsciente, do sexo, das coisas do amor, e a expectativa de uma satisfação possível e plena, tem efeitos.
- Como constata Lypovetsky (2007), a felicidade que resulta do consumo é uma felicidade ferida, nunca o individuo atingiu tamanho grau de desamparo ao ser considerado o único responsável por seu êxito ou seu fracasso.
- Do nosso ponto de vista desde a psicanálise o que constatamos é o que resulta como formas de inibição, sintoma e angústia.
Diz-se que o Discurso do Capitalista é um discurso louco, um discurso que não faz laço. Não faz laço, mas faz massa! Certamente massas muito diferentes das descritas por Freud! Um dos efeitos, não o único certamente, do desenlace social capitalista é a produção de fenômenos de massa em que a ligação se dá pela identificação imaginária, a que se restringe ao nível do eu ideal.
Nada de amor compartilhado ou da relação a um terceiro idealizado capaz de alteridade, mas sim da relação entre semelhantes e do compartilhamento de um gozo narcísico. Esse parece ser o caso de algumas comunidades virtuais como o facebook, em que a massa de “amigos” conectados virtualmente, desde espaços diferenciados e individuais, se comunicam de forma horizontalizada em trocas nas quais prepondera a “mostração” sobre a interlocução.
O acento no olhar ou no dar a ver e o reconhecimento buscado com os likes parece passar longe do reconhecimento simbólico. Freud, mesmo contestando, refere Troter (1916) que fala de certo instinto gregário, que uniria as massas sem a necessidade de um líder.
Gregário vem do latim gregarius, de grex, gregis, rebanho. Estar junto aos iguais seria algo instintivo, primário, uma tentativa de superação do sentimento de incompletude do indivíduo quando está só. Sem entrar no mérito dessa discussão, podemos considerar que há hoje uma forma de agrupamento em que a liga se dá em relações de reciprocidade, de troca entre iguais, independente de um líder reconhecido enquanto tal.
Dufour (2008) chamou de formação ego-gregária um novo tipo de agregado social, em que há uma proliferação de egos vivendo em pequenos “rebanhos” alinhados ao grande rebanho de consumidores, de modo a serem conduzidos a fontes de abundância de interesse do capitalismo.
Parece haver outros efeitos possíveis do desenlace capitalista, além do alinhamento de eus que aparece nas comunidades virtuais ou nos consumidores massificados, siderados por objetinhos. Como pensar o que acontece em grupos que identificados entre si praticam violências, compartilhando o ódio na busca de um gozo sem limites? Parece uma reedição do grupo de irmãos da horda primitiva, com a diferença que o alvo do ódio não é um ancestral comum, não é ao-menos-um, lugar de exceção, mas alguém, indivíduo ou grupo, diferente, ou que pensa diferente, estranho ou estrangeiro e por isto alçado à condição de inimigo.
Poderíamos pensar que nessas massas se trata de relações simétricas, entre iguais, não reguladas por um terceiro simbólico que poderia limitar o gozo. Outro efeito ainda parece ser, nem amor, nem ódio, mas indiferença. Se tudo pode ser consumido, tudo pode ser substituído ou simplesmente descartado.
- Indiferença e negação ou recusa da diferença.
- Assistir atos de terrorismo pela TV ou pela rede, por exemplo, pode confundir realidade e ficção, mas uma ficção fria, neutra que não desperta emoção e muito menos compaixão.
- Mas não está só no virtual toda a indiferença que se produz.
- No dispositivo capitalista há um apagamento de valores, eventualmente tudo pode se tornar um valor mercantil ou não ter valor algum, inclusive a vida.
Todos esses efeitos do Discurso do Capitalista vêm junto com a tendência a um uso instrumental da palavra e a tentativa de desprestígio ou mesmo do assassinato da metáfora e da dimensão poética. O limite para essa tendência, no entanto, se encontra no próprio fato de que ainda há linguagem, é o que permite que a alteridade seja restabelecida e que se possa mudar de discurso.
E o líder? Será que no laço social capitalista pode ser localizado algum líder? Na escrita desse discurso, o significante mestre no lugar da verdade passa a ser o Capital, ou ainda, o Mercado. Ora, Mestre Capital não é encarnado por ninguém, é transsocial, atravessa todo o tecido social, efetivamente comanda.
Assim como o sujeito no lugar do agente é iludido quanto a ter acesso ao objeto e à sua verdade, alguém que se propõe ou é tomado como líder quando do domínio desse laço social só pode ser um líder de fachada, habilmente manipulado pelo verdadeiro mestre.
- Um pouco de água nesse deserto é a consideração de que, apesar da dominância de um ou outro discurso nos vários tempos e lugares, não há um só, eles circulam.
- A contemporaneidade abriga um mundo complexo, culturalmente diverso, heterogêneo, apesar de tudo.
- Ainda que a dominância do discurso do capitalista tenda a se impor globalmente, os agrupamentos humanos se estruturam e funcionam simultaneamente segundo as diferentes lógicas e os demais discursos continuam circulando.
Além do mais, se a castração pode ser recalcada, recusada ou forcluída nos vários laços sociais é porque apesar da força das ondas, a rocha continua intransponível. Referências bibliográficas: DUFOUR, Dany Robert. O Divino Mercado: A Revolução Cultural Liberal.
- Tradução Procópio Abreu.
- Rio de Janeiro: Companhia das Letras.2008.
- FREUD, Sigmund.
- Psicologia de las Masas y Analisis del Yo,
- In: Obras Completas de Sigmund Freud. Trad.
- Luis Lopez-Ballesteros.3ª.
- Ed., Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, 1973, Vol.
- III, pp.2563-2610.
- LACAN, Jaques.
- O Seminário, livro 17: O Avesso da Psicanálise,
Tradução Ari Roitman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1992. LACAN, J. Le Savoir du psychanalyste, aula de 06/0172. Publicação interna da Association Freudienne Internationale. LIPOVETSKY, Gilles. A Felicidade Paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo,
Tradução Maria Lúcia Machado. SP: Cia das Letras, 2007. MELMAN, Charles. Novas Formas Clínicas no início do terceiro milênio, Porto Alegre: CMC Editora, 2003. QUINET, Antonio. Psicose e Laço Social, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. ŽIŽEK, Slavoj. As Metástases do Gozo: Seis Ensaios sobre a Mulher e Causalidade,
Trad. De Miguel Serras Pereira. Lisboa: Relógio D´Água Editores, 2006.P.183-200.W. Trotter. Instincts of the herd in peace and war. Londres.1916. PORGE, Érik. Transmitir a Clínica Psicanalítica, Tradução Viviane Veras e Paulo de Souza. Campinas, S.P: Editora Unicamp.2009.P.190.
- ŽIŽEK, Slavoj.
- Violência en acto: Conferencias em Buenos Aires,
- Buenos Aires: Paidós, 2005.
- Publicação interna da Association Freudienne Internationale.
- Ça se consomme ( Consommer ):os objetos são consumidos, usados; Ça se consume ( consumer ) : os objetos se consomem, são destruídos, viram dejeto.
- Melman lembra que Lacan já havia anunciado que surgiria a “sociedade de irmãos”.
MELMAN, Charles. Novas Formas Clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC Editora, 2003. Le Savoir du psychanalyste, aula de 06/1972. Publicação interna da Association Freudienne Internationale. Ça se consomme ( Consommer ):os objetos são consumidos, usados; Ça se consume ( consumer ) : os objetos se consomem, são destruídos, viram dejeto.
Como é a cultura de massa no Brasil?
Cultura de massa no Brasil por 16/08/2014 00:13 Em entrevista ao Pensar, o professor e ensaísta Rodrigo Duarte analisa a presença da indústria cultural no Brasil e defende o conceito de “construto estético-social”, proposto por ele para atualizar a reflexão adorniana e dar conta das obras que vão além da mera reprodução ideológica, e que aliam ao mesmo tempo criatividade e propósitos de natureza ética e política.
Para o autor de Varia aesthetica, o hip-hop seria um bom exemplo desse modelo. Duarte avalia ainda a presença de novos pensadores no campo da estética, destacando as obras de Vilém Flusser e Arthur Danto. Qual é a característica mais marcante do debate sobre indústria cultural no Brasil, tanto na academia como em outros espaços de saber? Há muito tempo procuro mostrar que a discussão sobre indústria cultural não é mais uma moda intelectual europeia e norte-americana, importada para o Brasil.
Nosso país tem uma história de cultura de massas ocorrida no máximo duas décadas depois que essa surgiu nos países ditos desenvolvidos, pois, desde 1930, tivemos rádio comercial e indústria cinematográfica, sendo que o início das transmissões de televisão em 1950 foi pioneiro em relação a muitos países mais industrializados do que o Brasil.
O que ocorre é que esse desenvolvimento paralelo gerou um modelo de indústria cultural muito específico e que está longe de ser conhecido em todos os seus aspectos. Isso por si só já justifica a existência da discussão sobre indústria cultural no Brasil, sendo que há, naturalmente, outras justificativas importantes.
De qualquer modo, esse debate existe no Brasil desde meados da década de 1990, ainda que mais circunscrito aos meios acadêmicos, principalmente nas áreas da filosofia, da educação e das artes. A cultura de massa no Brasil é um campo de grande força social e até mesmo criativa.
Como você avalia setores como a teledramaturgia e a música popular, inspirados ao mesmo tempo pela arte e pelas estratégias de mercado? Alguns fenômenos da cultura de massa no Brasil constituem a mencionada peculiaridade desse setor em nosso país. Mas é preciso fazer certas distinções: enquanto na música popular sempre houve exemplos de grande qualidade criativa, com raízes genuinamente populares, enriquecidas com a vivência dos centros urbanos e com a necessidade de expressão de inconformidade com o status quo, a telenovela, que ganhou o mundo como um produto de exportação da indústria cultural brasileira, no meu entender, nunca atingiu uma qualidade verdadeiramente artística, apresentando construtos estereotipados, com sérios defeitos do ponto de vista da narrativa, ocasionados principalmente pela flutuação na audiência, e não num desenrolar-se tendo em vista a totalidade da obra, como no caso da narrativa literária.
A recuperação do pensamento de Vilém Flusser tem renovado os estudos sobre linguagem e a estética no Brasil. Como Flusser pode nos situar melhor nesse cenário? De fato, a meu ver, Vilém Flusser pode ter um papel importante nesse processo de compreensão critica da cultura de massas no Brasil, já que, pelo menos em algumas de suas obras, ele se mostra um crítico ferrenho desse tipo de cultura.
Por outro lado, tendo residido em nosso país por mais de 30 anos, ele se familiarizou tanto com as mazelas quanto com o enorme potencial criativo da cultura brasileira. Além disso, o seu jeito idiossincrásico de discutir as questões não raro provoca debates acalorados, o que é sempre positivo. A que interesses atendem aqueles que, a cada estação, alardeiam o fim da arte (da história, das ideologias, da política)? É necessário distinguir, também nesses temas “crepusculares”, as propostas sérias que têm conteúdo filosófico daquelas oriundas de pessoas que simplesmente querem aparecer.
Por exemplo, Hegel estava correto ao, partindo de pressupostos implícitos do seu sistema filosófico, anunciar o fim da arte, ressalvando que esse não significava o fim da produção de obras de arte, mas da relevância histórica desse âmbito da cultura.
Quando vemos que, no domínio da indústria cultural, a arte é tratada, habitualmente, como algo já passado e desprovido de significado, podemos pensar que, pelo menos sob certo ponto de vista, Hegel não estava totalmente errado. É interessante ainda observar que esse filosofema de Hegel influenciou as mais diferentes tendências da estética contemporânea, como a ontologia fundamental de Heidegger, a estética crítica de Adorno, ou mesmo uma filosofia da arte de origem analítica como a de Arthur Danto.
Algumas expressões de cultura popular, de certa forma, exigem uma atualização dos conceitos de Adorno. Como você avaliaria, por exemplo, manifestações de grande carga estética e política, como o hip-hop, por exemplo? A existência de fenômenos na cultura popular urbana como o hip-hop, que não se encaixa em qualquer das três figuras com as quais Adorno qualificou as modalidades de cultura – cultura genuinamente popular, mercadoria cultural e arte erudita –, tendo características de todas elas, remete à necessidade de repensar alguns parâmetros da critica “clássica” à indústria cultural.
Mas, longe de invalidar essa crítica como um todo, a presença desses fenômenos deve levar à criação de novos conceitos, como, por exemplo, o que propus, intitulado “construto estético-social”, no qual o elemento radicalmente crítico à sociedade é menos integrado à linguagem estética propriamente dita, mas não deixa de existir.
Essa postura, aliada à opção pela linguagem estética no posicionamento ético-político, torna esses fenômenos muito relevantes em termos de uma perspectiva transformadora da realidade. O hip-hop é um exemplo privilegiado desses “construtos estético-sociais”.
Qual é a diferença entre cultura e cultura de massa?
A cultura popular está no conhecimento de todos, seja em um fretado para empresas ou no restaurante mais caro do país. Diferentemente da cultura de massa, que é praticamente imposta, ela transcende as diferenças sociais e passa a ser parte da vida das pessoas.
O que é cultura de massa segundo Theodor Adorno?
Conceito de Indústria Cultural em Adorno e Horkheimer Apesar de a Indústria Cultural ser um fator primordial na formação de consciência coletiva nas sociedades massificadas, nem de longe seus produtos são artísticos. Isso porque esses produtos não mais representam um tipo de classe (superior ou inferior, dominantes e dominados), mas são exclusivamente dependentes do mercado.
Essa visão permite compreender de que forma age a Indústria Cultural. Oferecendo produtos que promovem uma satisfação compensatória e efêmera, que agrada aos indivíduos, ela impõe-se sobre estes, submetendo-os a seu monopólio e tornando-os acríticos (já que seus produtos são adquiridos consensualmente).
Camuflando as forças de classes, a Indústria Cultural apresenta-se como único poder de dominação e difusão de uma cultura de subserviência. Ela torna-se o guia que orienta os indivíduos em um mundo caótico e que por isso desativa, desarticula, qualquer revolta contra seu sistema.
Isso quer dizer que a pseudo felicidade ou satisfação promovida pela Indústria Cultural acaba por desmobilizar ou impedir qualquer mobilização crítica que, de alguma forma, fora o papel principal da arte (como no Renascimento, por exemplo). Ela transforma os indivíduos em seu objeto e não permite a formação de uma autonomia consciente.
Não pare agora. Tem mais depois da publicidade 😉 Englobando a sociedade como um todo, com um pequeno número de evasão, é quase impossível romper com tal sistema produtivo. Aqueles que se submetem a esse modelo de indústria nada mais fazem que falar de modo diferente a mesma coisa.
Porém, uma certa crítica ainda pode ser vista naqueles que fomentam um tipo de arte que produz efeitos estéticos fora da padronização oferecida pela indústria. Mesmo assim, é uma tentativa que fica à margem do sistema porque não agrada àquelas consciências acostumadas com um modelo estandardizado. O próprio Adorno, como um dos integrantes da Escola de Frankfurt, onde foi desenvolvida a Teoria Crítica, construiu um tipo de música calculada nos moldes das músicas clássicas e eruditas, mas com uma melodia aparentemente horripilante aos ouvidos acostumados aos acordes da música clássica tradicional (leia-se burguesa).
Sua pretensão é justamente desacostumar a percepção daquela noção tradicional de ordem e harmonia (já que sua música só parece desarmônica, mas na verdade é totalmente ordenada e arranjada – dodecafônica) prevalecente na cultura burguesa vigente à época.
- Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa.
- Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada, enquanto que aquela possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.
E embora a arte clássica, erudita, também pudesse ser distinta da popular e da comercial, sua origem não tem uma primeira intenção de ser comercializada e nem surge espontaneamente, mas é trabalhada tecnicamente e possui uma originalidade incomum – depois pode ser estandardizada, reproduzida e comercializada segundo os interesses da Indústria Cultural.
Assim, segundo a visão desses autores, é praticamente impossível fugir desse modelo, mas deveríamos buscar fontes alternativas de arte e de produção cultural, que, ainda que sejam utilizadas pela indústria, promovessem o mínimo de conscientização possível. Por João Francisco P. Cabral Colaborador Brasil Escola Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
: Conceito de Indústria Cultural em Adorno e Horkheimer
Quais são as consequências da cultura de massa?
Quais as consequências da Cultura de Massa? – Quais as consequências da Cultura de Massa? Uma das consequências da cultura de massa é a homogeneização cultural, que considera estranha qualquer manifestação cultural que não incentive o consumo exacerbado de bens e serviços. Conteúdos veiculados por meios de comunicação em massa também colaboram para a formação de indivíduos incapazes de aprofundar análises sociais ou desenvolver seu pensamento crítico, pois partem de valores pré-concebidos.
- Em outras palavras, a cultura de massa pode levar a um empobrecimento cultural entre as camadas mais numerosas da audiência, que tem pouco acesso a meios alternativos de informação e entretenimento.
- Veja o que dizem pesquisadores especialistas da Universidade Estadual da Paraíba: “Os consumidores assumem uma função passiva, cujo papel resume-se a escolher entre comprar ou não comprar.
Em suma, as carências culturais das massas são exploradas para a obtenção de lucro e, consequentemente, para a manutenção do domínio das classes.” Favorecendo a integração entre classes, a cultura de massa também se prestaria a ocultar as diferenças existentes entre elas, incluindo desigualdades sociais e até injustiças.