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O que significa cetona positivo?
O que são as cetonas (corpos cetónicos) e a cetoacidose – As cetonas são uma substância química produzida pelo corpo quando, devido a uma falta de insulina, este não é capaz de usar a glicose como fonte de energia, e em vez disso começa a utilizar a gordura.
O corpo produz cetonas por utilizar a gordura quando a glicose no sangue desce. Em pessoas que não têm diabetes, um baixo nível de cetonas é normal e não prejudicial. Eles aparecem se não tiver ingerido alimentos por algum tempo e após o exercício físico prolongado. Em pessoas sem diabetes, glicose, insulina e cetonas trabalham juntos para fornecer ao corpo a energia que necessita.
Na diabetes, as cetonas são produzidas quando a glicemia não está bem controlada. Cetonas na urina são um sinal de que o corpo está a utilizar gordura para ter energia em vez de usar a glicose. Isto pode ser porque não há insulina disponível suficiente para levar a glicose a partir da corrente sanguínea para as células e ser usada para produzir energia.
Pergunte ao seu profissional de saúde quando existe necessidade de verificar os níveis de cetonas. Isto é importante se tem diabetes tipo 1. Poderá ser aconselhável verificar a existência de cetonas quando a glicose no sangue é superior a 240 mg/dl, ou se não se sentir bem. O que é a cetoacidose? As cetonas são ácidas.
Um baixo nível de cetonas não terá muito efeito, mas quando os níveis aumentam, o sangue torna-se mais ácido. O nome disto é cetoacidose. Os primeiros sinais de cetoacidose são aumento da urina e sede, enquanto os sintomas posteriores incluem náuseas e vómitos, que podem levar à desidratação.
- Em níveis muito elevados de cetonas, a cetoacidose necessita de tratamento médico de emergência.
- Se não for tratada, pode ser fatal.
- Os resultados do teste de cetona no sangue Os níveis de corpos cetónicos no sangue normais são ligeiramente diferentes de pessoa para pessoa.
- Esta tabela vai ajudar a decidir se não precisa fazer nada ou o que deve fazer.
Lembre-se, é muito melhor ter cuidado, por isso, se não tem a certeza, entre imediatamente em contacto com o profissional de saúde.
Nível de cetonas | O que deve fazer |
Abaixo de 0.6 mmol/L | Leituras abaixo de 0.6 mmol/L estão num intervalo normal. Siga as indicações do seu profissional de saúde, antes de fazer qualquer alteração à sua medicação para a diabetes. |
Entre 0.6 e 1.5 mmol/L | Leituras dentro deste intervalo, com um nível de glucose no sangue superior a 250 mg/dl, podem indicar o início de um problema. Siga as indicações do seu profissional de saúde. |
Mais de 1.5 mmol/L | Leituras acima de 1.5 mmol/L, com um nível de glucose no sangue superior a 300 mg/dl, sugerem que poderá a estar em risco de desenvolver cetoacidose diabética (CAD). |
O que são as cetonas (corpos cetónicos) e a cetoacidose | Abbott
O que significa traços de cetona na urina?
Cetonas ou corpos cetônicos – Os corpos cetônicos são produtos da metabolização das gorduras. Os corpos cetônicos são produzidos quando o corpo está com dificuldade em utilizar a glicose como fonte de energia. As causas mais comuns são o diabetes, o jejum prolongado e dietas rigorosas.
Qual o valor normal de cetona na urina?
Diagnóstico – O teste dos níveis de corpos cetônicos na urina podem ser realizados em casa com um teste de farmácia de imersão de tiras de medição específicas na urina e comparando o resultado com as cores indicadas na caixa (similar a alguns testes de gravidez).
- As mais recentes permitem já a medição simultânea da cetonúria e a detecção de açúcar na urina, sendo um instrumento extremamente útil na auto-regulação do diabético.
- É ainda aconselhável que os níveis de açúcares no sangue nunca estejam acima dos 300 mg/dl em insulinodependentes ou 400 mg/dl em não insulinodependentes.
A medição deve ser efetuada regularmente também pelas grávidas, sobretudo quando há vômitos frequentes. Normalmente, a urina não deve conter uma concentração perceptível de cetonas para dar uma leitura positiva. Em exames de urina para detectar Ácido acetoacético pode-se diagnosticar :
Valor inferior a 5 mg/dL ou 0,5 mmol/L: quantidade saudável; Valor de 5 a 20 mg/dL ou 0,5 a 1,5 mmol/L: quantidade pequena; Valor de 20 a 40 mg/dL ou 2 a 4 mmol/L: quantidade moderada; Valores acima de 40 mg/dL: quantidade grave, evidência de cetoacidose,
Deve-se verificar a coloração da urina para sinais de desidratação, pois geralmente, quanto mais escura maior será o valor encontrado.
O que significa cetonas?
Ce·to·na na. Composto orgânico que contém um radical carbonilo ligado a dois átomos de carbono.
Qual o problema do excesso de corpos cetônicos?
A grande quantidade de corpos cetônicos ultrapassa a capacidade de tamponamento do sistema de equilíbrio ácido-básico deixando o pH do sangue mais ácido, culminando na cetoacidose diabética.
Quando ocorre cetonemia e cetonúria?
Quando a produção é muito alta pode levar ao quadro de cetose com cetonemia e cetonúria presentes. Outra particularidade e a eliminação do excesso da acetona o que leva a um hálito com odor característico. A consequência mais danosa é a formação do quadro de cetoacidose o que pode levar um indivíduo a morte.
Qual valor de referência para infecção urinária?
Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias: relação entre a urocultura e o EAS – Revista RBAC
- Letícia Carrijo Masson 1
- Luíza Vieira Martins 1
- Clayson Moura Gomes 2
- Alessandra Marques Cardoso 3
1 Acadêmica do Curso de Biomedicina, Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Goiânia-GO, Brasil.2 Biomédico (PUC Goiás). Doutor e Mestre em Medicina Tropical e Saúde Pública (UFG). Professor Adjunto da Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas, PUC Goiás. Goiânia-GO, Brasil.3 Biomédica (PUC Goiás). Doutora e Mestre em Medicina Tropical e Saúde Pública (UFG). Professora Adjunta da Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas, PUC Goiás. Biomédica da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. Instituição: Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas / Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia-GO, Brasil. Recebido em 11/06/2019 Artigo aprovado em 24/03/2020 DOI: 10.21877/2448-3877.202000861 INTRODUÇÃO A infecção do trato urinário (ITU) pode ser definida como a colonização microbiana com invasão tecidual do trato urinário desde a uretra até os rins. O diagnóstico da ITU é representado pelo crescimento bacteriano igual ou acima de 100.000 unidades formadoras de colônia por mililitro (mL) de urina (100.000 UFC/mL), preferencialmente de jato médio, com adequada assepsia da região anatômica envolvida. (1-4) As ITUs são mais prevalentes em três faixas etárias: crianças com até 6 anos de idade, principalmente recém-nascidas do sexo masculino, mulheres jovens com vida sexual ativa e idosos com mais de 60 anos de idade. (4,5) As crianças apresentam uma maior taxa de ITU devido a anormalidades anatômicas ou funcionais do aparelho urinário. Por possuírem uma uretra menor e mais próxima ao ânus, as mulheres têm uma taxa de infecção urinária maior que os homens, principalmente aquelas que são sexualmente ativas. Em idosos do sexo masculino e feminino, a incidência elevada está relacionada a doenças concomitantes, alterações morfológicas e funcionais da bexiga e a frequente hospitalização com ou sem o uso de sonda vesical. (5-9) As bactérias Gram-negativas são mais prevalentes nas ITUs, sendo a Escherichia coli a mais comumente isolada, em aproximadamente 70% a 90% dos casos, seguida do Staphylococcus saprophyticus, em 10% a 20%. Outras bactérias que podem estar envolvidas são Staphylococcus aureus, S treptococcus dos grupos B e D, Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter spp., Proteus spp. e Pseudomonas spp, (4,10) A triagem para o diagnóstico da ITU pode ser feita por meio do exame EAS (Elementos Anormais e Sedimentoscopia), que é composto pelos exames físico, químico e microscópico. O exame físico avalia cor, aspecto e depósito. A análise química, automatizada ou manual, é realizada através da fita reativa por comparação com a sua escala de cores, fazendo uma avaliação qualitativa. Pode qualificar a densidade, pH, proteína, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina, urobilinogênio, sangue, nitrito e esterase leucocitária. Essas fitas reagentes são essenciais no diagnóstico de casos suspeitos de ITU, porque a negatividade de nitrito e leucócito são critérios importantes no auxílio diagnóstico de ITU. Deve-se avaliar o nitrito cautelosamente, pois apenas enterobactérias são capazes de reduzir nitrato a nitrito a partir de um determinado tempo em contato com a urina. (9,11,12) Após a avaliação da urina pelas tiras reagentes é feita a centrifugação da amostra para a realização do exame microscópico em Câmara de Neubauer. A partir do sedimento urinário, faz-se a contagem de: hemácias, leucócitos, células tubulares, células epiteliais, cilindros, filamentos de muco e cristais. (11) Na microscopia, a leucocitúria é importante quando a contagem for superior a 10.000 leucócitos/mL, mas somente sua presença não faz o diagnóstico de ITU, pois esta elevação pode estar relacionada com causas não infecciosas. (9) Como método confirmatório, considerado padrão-ouro, realiza-se a urocultura, fazendo uma avaliação quantitativa do crescimento bacteriano a partir da urina de jato médio, idealmente. Essa confirmação é dada a partir da contagem igual ou superior a 100.000 UFC/mL de urina. (9) A relação entre os achados da fita reagente, sedimento urinário e urocultura são importantes para o diagnóstico e tratamento das ITUs. Quando a esterase leucocitária está presente na fita reagente deve ser confirmada no exame de microscopia, porém a bacteriúria nem sempre está acompanhada dessa leucocitúria. Já a positividade para nitrito na tira reagente é um indício de ITU, entretanto nem todas as bactérias reduzem nitrato a nitrito, por isso, a negatividade não pode levar à exclusão da infecção. Mas a presença de leucocitúria e nitrito positivo são importantes para o diagnóstico, estando em 80% relacionados com ITU. (13-15) O presente estudo objetivou pesquisar alterações no exame de EAS, principalmente em relação aos leucócitos e nitrito, em amostras de urina que apresentaram resultado de cultura positiva com contagem de colônias igual ou acima de 100.000 UFC/mL, oriundas de pacientes atendidos pelo Laboratório Clínico da PUC Goiás. Dessas amostras, também foram analisadas faixa etária, sexo e o microrganismo prevalente. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo retrospectivo, com levantamento de dados referentes aos exames de EAS realizados na Seção de Líquidos Corporais, e urocultura, realizada na Seção de Microbiologia do Laboratório Clínico da PUC Goiás (LAC/PUC Goiás), sendo os mesmos realizados entre janeiro/2017 e agosto/2018, e a coleta de dados realizada entre agosto e setembro de 2018, no LAC/PUC Goiás. Foram usadas amostras de urina de jato médio, com prévia higienização da área genital com água e sabão, sendo desprezado o primeiro jato. As amostras foram coletadas em frascos esterilizados e encaminhadas para a Seção de Microbiologia do laboratório em estudo. As uroculturas foram processadas de acordo com o Procedimento Operacional Padrão (POP) empregado no LAC/PUC Goiás, por meio da análise quantitativa. As amostras foram semeadas com alça calibrada 0,01mL (10 µl) em biplaca de ágar CLED e ágar MacConkey. Após a semeadura, as placas foram incubadas em estufa à temperatura de 36°C ± 1°C por 18 horas a 24 horas. Amostras com crescimento de microrganismos cuja contagem de colônias foi igual ou superior a 100.000 UFC/mL foram consideradas positivas. Após o isolamento dos microrganismos, procedeu-se à identificação bioquímica dos mesmos e à realização dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos por meio de painéis automatizados (PC33 e/ou NUC55), com leitura no equipamento MicroScan (AutoScan-4/Siemens). Nas amostras cujos resultados de urocultura apresentaram contagem de colônias igual ou acima de 100.000 UFC/mL, foi pesquisado na Seção de Líquidos Corporais do LAC/PUC Goiás se o exame de EAS havia sido realizado e quais parâmetros apresentaram resultados alterados. As amostras foram processadas em um intervalo de até duas horas, seguindo os procedimentos dos exames físico e químico, realizados a partir da observação da cor da urina e fita reagente. As amostras foram centrifugadas por cinco minutos a 2.500 rotações por minuto (rpm) para realização do exame microscópico em Câmara de Neubauer, e, a partir da contagem de células, leucócitos, hemácias e cristais, foram definidos aspecto e depósito. Os dados foram organizados em planilha Microsoft Excel 2016 para comparação dos resultados obtidos. Também foram pesquisados idade, com a utilização dos parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que determina três principais faixas etárias: crianças de 0 a 12 anos, adultos de 13 a 59 anos e idosos acima de 60 anos, gênero do paciente e espécie bacteriana identificada. A privacidade e a confidencialidade dos dados dos pacientes foram resguardadas. O projeto foi submetido, apreciado e autorizado pelo Comitê de Ética da PUC Goiás, conforme o Protocolo N° 82.542 / Parecer Nº 235.376. RESULTADOS Foram obtidas 679 uroculturas positivas, e após exclusão dos pacientes que não realizaram o exame de EAS concomitantemente à urocultura, restaram 629 amostras, das quais 85,8% (540) pertenciam ao sexo feminino e 14,2% (89) ao masculino. Revelou-se a prevalência de urocultura positiva em adultos, compreendendo 63,3% das amostras (398), sucedida pelos idosos com 32,4% (204), e, por último, pelas crianças com 4,3% (27). O nitrito foi positivo em 36,9% (232) e negativo em 63,1% (397) das uroculturas positivas. Por outro lado, a contagem de leucócitos foi ³10.000/mL em 60,6% (381) e <10.000/mL em 39,4% (248) das uroculturas positivas. A associação encontrada entre nitrito e leucócitos encontra-se demonstrada na Figura1. Figura 1. Associação entre quantidade de nitrito negativo e positivo com a contagem de leucócitos em amostras urinárias do Laboratório Clínico da PUC Goiás entre janeiro/2017 a agosto/2018. A Figura 2 apresenta a associação entre a esterase leucocitária e a contagem de leucócitos.
Figura 2. Associação entre esterase leucocitária negativa e positiva com a contagem de leucócitos em amostras urinárias do Laboratório Clínico da PUC Goiás entre janeiro/2017 a agosto/2018. Dentre as bactérias encontradas as mais prevalentes foram Escherichia coli (58,9%), Klebsiella pneumoniae (11,1%), Enterobacter cloacae e Staphylococcus aureus (2,7%), Staphylococcus haemolyticus (2,4%), Proteus mirabilis (2,2%), Streptococcus agalactiae, Citrobacter koserii e Enterobacter aerogenes (2,1%), Enterococcus faecalis e Morganella morganii (1,6%) e Staphylococcus saprophyticus (1,3%) como demonstrado na Figura 3.
Figura 3. Frequências das bactérias isoladas em amostras urinárias do Laboratório Clínico da PUC Goiás entre janeiro/2017 a agosto/2018. DISCUSSÃO O trato urinário é o segundo local mais comum de infecção na população em geral, sendo o primeiro o trato respiratório.
- De acordo com Moreira et al., (16) no Brasil, em 2005, 80% das consultas médicas ocorreram devido à infecção do trato urinário, e segundo Masson et al., (2) nos Estados Unidos, em 2010, foram 8,3 milhões de consultas.
- 1,3,4) A uretra une a região interna e externa do sistema urinário, tendo maior contato com microrganismos; por isso, a inflamação usualmente se inicia nesse local (uretrite).
O microrganismo pode acometer a bexiga pela via ascendente, causando a ITU baixa (cistite), caracterizada por disúria, polaciúria, urgência miccional e dor suprapúbica. (3,7) Quando o paciente apresenta infecções de repetição ou a infeção não é tratada adequadamente ainda pela via ascendente, pode afetar os ureteres (ureterite) e, em casos mais graves, atingir os rins, causando a ITU alta (pielonefrite), definida por febre alta, calafrios e dor lombar uni ou bilateral.
(3,7) O diagnóstico da infecção do trato urinário é realizado pela avaliação clínica do médico e pelos exames laboratoriais de EAS, que podem indicar a presença da infecção, e, principalmente, pela urocultura, considerada padrão-ouro. (17) A prevalência de 85,8% de mulheres condiz com o proposto de estas apresentarem maior taxa de infecção urinária devido à sua anatomia.
De acordo com Vicedo e Ulirich, (18) as mulheres têm maior frequência de ITU por possuírem uma uretra mais curta em relação à masculina e mais próxima ao ânus. Segundo Masson et al., (2) as mulheres são cinquenta vezes mais propensas a desenvolverem ITU quando comparadas aos homens.
Em relação à faixa etária, foi observada uma prevalência de 63,3% de adultos, com idades entre 13 e 59 anos, sucedida pelos idosos com 32,4%, com idade superior a 60 anos, devido à existência de doenças concomitantes, como a diabetes, demência, diminuição da resposta imune, maior frequência de hospitalizações e alterações anatômicas, como descrito por Heilberg e Schor.
(9) E, por fim, pelas crianças, com 4,3%, compreendendo uma idade entre 0 e 12 anos. Em relação ao EAS, no exame químico, o nitrito foi negativo em 63,1% das uroculturas, corroborando com Mundt et al., (15) que afirmam que não são todas as bactérias que reduzem nitrato, portanto, a positividade da cultura não é preditivo de positividade do nitrito.
Esse resultado de maior prevalência de nitrito negativo se assemelha ao estudo de Bragança et al., (19) no qual o resultado encontrado foi de 61,4%. A leucocitúria (³ 10.000 leucócitos/mL) foi encontrada em 60,6%. De acordo com Fonseca et al., (20) o resultado encontrado foi de 78% de leucocitúria, o que se assemelha com Bragança et al., (19) que encontraram 77%, considerando leucócitos maior ou igual a 10.000 células/mL, divergindo dos dados encontrados nessa pesquisa.
Assim como Bortolotto et al., (17) este trabalho apresentou maior significância quando observado o resultado de leucócito em relação à redução de nitrato a nitrito. (21) A esterase leucocitária está presente nos granulócitos e monócitos e pode ser liberada a partir da lise celular.
- 22) Neste estudo foi positiva em 98,4% das amostras com leucocitúria, o que a justifica como um bom marcador de piúria, assim como descrito por Camargo et al., (23) que afirmou que a medida de esterase leucocitária é uma forma mais rápida de detecção de leucocitúria quando comparada à microscopia.
- As enterobactérias prevalentes foram a E.
coli, K. pneumoniae, E. cloacae, P. mirabilis, C. koserii, E. aerogenes e M. morganii, Dentre os cocos Gram-positivos (CGP), os mais prevalentes foram S. aureus, S. haemolyticus, S. agalactiae, E. faecalis e S. saprophyticus, O valor encontrado de 58,9% de E.
- Coli, assim como o encontrado em Bortolotto et al., (17) de 70,8%, demonstrou a relevância no diagnóstico de ITU, e se assemelhou ao valor encontrado de 11,1% de K.
- Pneumoniae em Bortolotto et al., (17) sendo nesse trabalho de 10,4%.
- Em relação ao S.
- Saprophyticus, sua prevalência nessa pesquisa foi de 1,3%, sendo o menos prevalente dos CGP, enquanto que, em Bortolotto et al., (17) foi de 4,4%, sendo o segundo mais prevalente.
CONCLUSÃO Com esse estudo concluiu-se que a leucocitúria é um marcador de ITU com maior significância quando comparada ao nitrito, estando presente em 60,6% das uroculturas positivas com contagem de colônias igual ou maior que 100.000 UFC/mL, enquanto que a positividade para nitrito foi de apenas 36,9%.
- Constatou-se que a Escherichia coli foi o microrganismo prevalente (58,9%) e que a infecção foi predominante em adultos entre 13 e 59 anos (63,3%), com prevalência no sexo feminino (85,8%).
- A partir desse trabalho, foi possível comprovar a urocultura como padrão-ouro no diagnóstico da ITU e, a partir da associação desta com o EAS, foi observada uma maior significância da contagem de leucócitos.
Abstract Objective: Urinary tract infections (UTI) affect individuals worldwide and are mainly caused by Gram-negative bacteria, and the laboratory diagnosis is performed by urinalysis and uroculture. In this study were investigated in samples of positive urocultures, the alterations presented in the examination of urinalysis, mainly leukocytes and nitrite, and if could contribute to the diagnosis of UTI.
- The most prevalent age group and bacteria were also investigated.
- Methods: A retrospective study was carried out based on data collection of uroculture examinations performed at the Clinical Laboratory of PUC Goiás (LAC/PUC Goiás), from january/2017 to august/2018, according to age, gender of patient and the isolated bacterial species.
Results: Of 629 positive urocultures, the prevalence of UTI was found in adults (63,3%), with predominance in females (85,8%), and Escherichia coli (58,9%) was the most isolated bacteria. Nitrite was detected in 36,9% and leukocyturia in 60,6% of the samples.
- Keywords
- Urinary tract infections; urinalysis; leukocytes; Escherichia coli
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- Correspondência
- Alessandra Marques Cardoso
- Pontifícia Universidade Católica de Goiás
- Av, Universitária 1.440, Setor Universitário
- 4605-010 – Goiânia-GO, Brasil
: Diagnóstico laboratorial das infecções urinárias: relação entre a urocultura e o EAS – Revista RBAC
Qual o valor normal da urina?
Quais são os outros aspectos analisados no exame de urina? – Evidente que o exame de urina não investiga apenas o pH, mas uma série de indicadores que podem facilitar a análise dos nos laboratórios, a fim de estruturar um prognóstico mais fundamentado sobre a saúde dos pacientes.
Entre os aspectos químicos, os profissionais de saúde verificam os resultados quanto à presença ou não de nitritos, glicose, proteínas, bilirrubinas, hemácias, leucócitos etc. No que se refere aos elementos anormais, pode-se identificar o aparecimento de sangue, fungos, bactérias, protozoários, espermatozoides, cristais, entre outros sedimentos que se tornam prejudiciais ao aparelho urinário.
Dependendo do que constar no exame e da condição clínica da pessoa, a possibilidade de evidenciar uma alguma doença é grande, mas cada caso é verificado com extremo cuidado. Para um paciente saudável, além do pH da urina estar entre 5,5 e 7,5, em média, a densidade precisa constar entre 1,005 e 1,030 e ter a ausência de glicose, cetonas, proteínas, sangue, bilirrubina, urobilinogênio e nitrito.
- Vale ressaltarmos que o ácido ascórbico (vitamina C) também é analisado, tendo como objetivo investigar se houve alguma interferência ou não nos resultados dos aspectos químicos.
- Por fim, perceba que o pH da urina e demais indicadores são de suma importância para as avaliações médicas, sendo que saber desses detalhes facilita na hora de seguir as devidas recomendações.
Lembre-se sempre de higienizar as mãos antes e depois da coleta de urina, além é claro dos órgãos genitais. Se quer cuidar bem da sua saúde e fazer esse e outros exames, então não perca a oportunidade e conte com a ajuda especializada do Laboratório Ramos! : Qual é o pH correto da urina e o que ele indica?
Qual a função da cetona?
As cetonas compõem uma função orgânica oxigenada, cujo grupo funcional é uma carbonila (um carbono que faz uma dupla ligação com um oxigênio). Nas cetonas, a carbonila deve estar entre outros dois átomos de carbono, nunca podendo estar na ponta da cadeia.
Toda cetona deve possuir o sufixo -ona em seu nome oficial, conforme recomenda a Iupac. Na indústria e nos laboratórios, as cetonas são importantes solventes e precursores para compostos mais complexos. Além disso, muitas cetonas possuem fragrâncias agradáveis e, por isso, podem também ser utilizadas na fabricação de perfumes e demais cosméticos.As cetonas podem ser obtidas principalmente por reações de oxidação de álcoois secundários e alcenos.
Leia também: Álcoois — outra função orgânica oxigenada
Quais são as cetonas mais comuns?
Utilidade – A cetona mais comum é a propanona, mais conhecida como acetona. Ela é usada como solvente de esmaltes, graxas, vernizes e resinas. Também é utilizada na extração de óleos de sementes vegetais, na fabricação de anidrido acético e medicamentos.
A propanona é um líquido inflamável, incolor, com cheiro agradável e solúvel em água. As cetonas são encontradas na natureza em flores e frutos. Em geral, são líquidos de odor agradável. Muitas cetonas artificiais e naturais são usadas como perfumes e alimentos. Algumas são substâncias medicinais, como os compostos cetônicos da urina.
Algumas cetonas presentes em compostos naturais:
- Jasmona ou Cis-jasmona — óleo de jasmim ;
- Ionona — odor de violeta,
Onde se encontra a cetona?
Cetonas são substâncias orgânicas onde o grupo funcional carbonila se encontra ligado a dois átomos de carbono. A propanona é a forma mais simples de uma cetona, ela é usada na obtenção de solvente de esmaltes, resinas e vernizes, é mais conhecida pela denominação de acetona, veja sua estrutura: O ║ H 3 C ─ C ─ CH 3 A Acetona se apresenta como um líquido de odor irritante e se dissolve tanto em água como em solventes orgânicos.
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- Tem mais depois da publicidade 😉 Na indústria alimentícia, as cetonas possuem uma importante utilização: extração de óleos e gorduras de sementes, as plantas usadas neste processo são o girassol, amendoim e a soja.
- Cetonas podem ser usadas para extrair cocaína das folhas de coca, daí o porquê de seu uso ser restrito e fiscalizado por órgãos da polícia federal.
As cetonas podem ser encontradas na natureza em flores e frutos e até em nossos organismos (em pequena quantidade), fazendo parte dos corpos cetônicos na corrente sanguínea. Esse composto é empregado para fabricar alimentos e perfumes. Por Líria Alves Graduada em Química Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja: SOUZA, Líria Alves de.
Quais são os sintomas da cetose?
Sintomas de cetose Os principais sintomas de que o organismo se encontra em cetose são: Hálito com sabor metálico ou mau hálito, chamado de halitose; Aumento da vontade de urinar; Aumento da sede; Diminuição da fome; Dor de cabeça; Náusea; Fraqueza.
O que pode causar cetonúria?
Qual o significado clínico da presença de cetonúria em pacientes hígidos? Corpos cetônicos são substâncias produzidas pelo metabolismo dos ácidos graxos e carboidratos no fígado. Cetonúria em pacientes hígidos geralmente não tem qualquer significado clínico, uma vez que uma série de condições não necessariamente patológicas como jejum prolongado, dieta hiperlipídica, gestação, lactação, uso de Ácido acetilsalicílico, Ácido Ascórbico ou Ácido Valpróico podem ser causa de seu aparecimento.
Em que momento o corpo começa a entrar em cetose?
Ciclo da dieta cetogênica – A dieta cetogênica funciona da seguinte maneira: os dias nos quais são ingeridos mais carboidratos (alto carbo) há maior crescimento muscular; já nos períodos de menor consumo, há menos ganho de gordura, ou até mesmo perda dela.
- O resultado desse conjunto de acontecimentos reflete no emagrecimento por meio de perda de gordura corporal (massa gorda) e também por depleção do seu compartimento de massa muscular (massa magra).
- O corpo entra em cetose, aproximadamente, três dias após o início de uma dieta pobre em carboidratos.
- Com isso, durante uma atividade física, o indivíduo não terá resistência para fazer exercícios pois não tem nenhuma reserva energética.
Neste ciclo, após o corpo entrar em cetogênese, seis dias comendo muita proteína e muita gordura e mantendo os carboidratos em índices baixíssimos, a pessoa alternará para um ciclo de um dia comendo muita proteína, muito carboidrato e pouca gordura. Fazendo isso, ela acumulará um estoque de carboidratos para os exercícios da semana”, explica a nutricionista.
Como medir a cetose na urina?
Pode testar seu nível de cetonas usando tiras de urina (cetonúria) ou tiras de teste no sangue (cetonemia) com um medidor de glicemia que faça também o teste de corpos cetónicos no sangue.
O que é cetona exame de sangue?
A cetoacidose diabética ocorre mais comumente em pacientes com diabetes tipo 1, mas também acontece em pacientes com diabetes tipo 2, É uma emergência médica, e acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente diabético encontram-se muito altos e estão acompanhados do aumento da quantidade de cetonas no sangue também.
Mas o que são estas cetonas? O primeiro passo para que uma pessoa com diabetes entre em cetoacidose é a falta de insulina em seu organismo. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia. Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia.
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Para evitar que as células parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas. As cetonas são substâncias ácidas que vão desequilibrar o Ph do sangue, ou seja, vão causar um desequilíbrio na composição sanguínea, que se não for tratado pode levar até ao coma e à morte.
Como os pacientes diabéticos tipo 1 não produzem insulina, a cetoacidose é uma complicação mais comum nestes pacientes. Mas nos pacientes com diabetes tipo 2 ela também pode ser vista, principalmente durante uma infecção ou quando os pacientes não aplicam corretamente as doses de insulina, infelizmente.
Para prevenir a cetoacidose diabética, alguns cuidados são importantes: Aplicação correta das injeções de insulina Realização das medidas da glicemia capilar com o glicosímetro Acompanhamento médico regular Controle alimentar para evitar alimentos com alto teor de açúcar e que podem levar à cetoacidose.
Em caso de sinais como boca seca, aumento do volume de urina, aumento dos níveis de glicose no sangue, mal-estar, vômitos, dor abdominal e hálito com cheiro de acetona (pois as cetonas no sangue podem causar este efeito), é importante que o paciente seja rapidamente levado a um pronto-socorro para avaliação.
Com diabetes, devemos redobrar o cuidado com nosso corpo! Pense nisso!
Como tratar corpos cetônicos?
Prevenção – Algumas medidas simples permitem prevenir as crises de cetoacidose diabética. Entre elas destacam-se:
Informar-se sobre os sintomas da cetoacidose para reconhecê-los precocemente; Tomar rigorosamente as doses de medicamentos prescritas pelo médico; Controlar os níveis de glicemia no sangue e os corpos cetônicos (cetonúria) na urina, mesmo em casa, utilizando fitas desenvolvidas para esse fim; Procurar assistência médica, quando as taxas estiverem elevadas ou nos quadros infecciosos e febris.
Como identificar a função cetona?
Uma cetona é caracterizada pela presença de uma carbonila (oxigênio conectado a um carbono com dupla ligação) ligada a um carbono secundário (carbono ligado a outros dois carbonos). A fórmula geral para cetona é: R — C (= O) — R.
Como podemos obter uma cetona?
O “ceto” de uma dieta cetogênica vem do fato de que ela faz com que o corpo produza pequenas moléculas de combustível chamadas “corpos cetônicos” ou, informalmente, também conhecidos como “cetonas”. Um combustível alternativo para o corpo, usado quando o açúcar no sangue (glicose) se torna escasso. As cetonas são produzidas durante o jejum e/ou através de uma dieta baixa em carboidratos (os quais são convertidos rapidamente em glicose) e quantidades moderadas de proteína (o excesso de proteína também pode ser convertido em glicose). As cetonas são produzidas no fígado, através de gorduras, e são usadas como combustível por todo o corpo, incluindo o cérebro que necessita de muita energia diariamente e onde, com o passar dos anos, ocorre um declínio natural para a captação de glicose como fonte de energia.
Em uma dieta cetogênica, todo o seu corpo altera seu abastecimento de combustível para funcionar quase que exclusivamente dependente da gordura. Então, com a produção e uso de cetonas, diz-se que o corpo está em cetose. Os níveis de insulina diminuem, a queima de gordura aumenta, a pessoa parece ter menos fome e sente uma quantidade constante de energia.
Adicionalmente, dietas baixas em carboidratos, como a cetogênica, vêm sendo usadas como uma potencial terapia auxiliar para algumas condições de saúde como o Alzheimer. Até recentemente, uma pergunta em comum entre as pessoas interessadas em dietas cetogênicas ou dietas baseadas em baixo consumo de carboidratos era quanto ao efeito da cafeína na produção de cetonas – “Posso tomar café?”. Um novo e pequeno estudo publicado em Canadian Journal of Physiology and Pharmacology está sendo muito bem recebido, pois investiga esta útil e tão aguardada questão.
A cafeína é conhecida como potencial agente cetogênico devido às suas ações em lipólise/oxidação lipídica, mas faltavam dados científicos para tal afirmação. No pequeno estudo canadense, dez adultos em jejum de 12 horas receberam um café da manhã contendo 85g de carboidratos, 9,5g de gordura e 14g de proteína.
Alguns deles não receberam cafeína enquanto outros consumiram 2,5mg/kg, ou 5mg/kg de cafeína (0; 1,5; ou 3 xícaras de café). Foram medidos os seus níveis sanguíneos de cafeína e de beta-hidroxibutirato (um corpo cetônico/cetona) antes do café da manhã, e, em seguida ao café da manhã, a medição foi feita a cada 30 minutos, durante 4 horas.
Em comparação com o grupo que não tomou café, o grupo de maior dose de cafeína obteve quase o dobro de produção de beta-hidroxibutirato. Conforme os pesquisadores, a produção de cetonas se mostrou dependente à dose. A maior disponibilidade de hidroxibutirato observada entre os consumidores de café: • Pode, ao menos transientemente, contribuir para a necessidade de energia do cérebro em 5 a 6%; • Em doses de 2,5 e 5,0 mg/kg, a cafeína estimulou a presença de corpos cetônicos no plasma de maneira segura e suave em adultos saudáveis.
Basicamente, os pesquisadores afirmam que: • A cafeína é um inibidor de fosfodiesterase (aumento de AMPc, ou seja, monofosfato cíclico de adenosina, uma molécula formada a partir de ATP); • AMPc ativa a enzima lipase hormônio-sensível (LHS), promovendo a lipólise e aumentando os ácidos graxos livres; • Os ácidos graxos livres podem ser convertidos no fígado em acetoacetato e b-hidroxibutirato (corpos cetônicos).
Como conclusão, os pesquisadores escreveram: “Aumentando a lipólise e os níveis de ácidos graxos livres no sangue, que por sua vez fornecem substratos para a produção de cetonas, a cafeína em doses de 2,5 e 5,0 mg/kg estimulou, de maneira segura e leve, a cetonemia em adultos saudáveis para um nível de cetonas duas vezes maior visto após um jejum durante a noite.
Vários estudos sugerem que o consumo regular de cafeína pode estar relacionado à diminuição do risco de desenvolvimento de declínio cognitivo tardio (Panza et al., 2015). São necessários mais estudos para avaliar o efeito em longo prazo da cafeína sobre a cetonemia e o seu impacto sobre a função cerebral durante o envelhecimento”.